Por [REDAÇÃO], Colaborador do Jornal DM News | siga nas redes sociais
Impacto dos Juros Altos nos EUA e
Questões Internas no Brasil
Na tarde desta segunda-feira,
o real ultrapassou o peso argentino, registrando a pior performance entre as
moedas dos países emergentes em 2024. A valorização do dólar frente ao real
acumulou 10,54% no ano, antes de fechar o dia praticamente empatado com a
divisa argentina, ambas caindo 10,48%.
Influência da Política Monetária
dos EUA
Especialistas apontam que a perspectiva de juros
mais altos nos Estados Unidos tem sido um dos principais fatores para o
enfraquecimento do real. Dados macroeconômicos indicam que a economia
norte-americana continua aquecida, sugerindo que o Federal Reserve manterá as
taxas de juros elevadas por mais tempo, atraindo recursos para o país e
fortalecendo o dólar.
“O aumento das taxas de juros nos EUA atrai
investimentos, valorizando o dólar. Isso resulta na fuga de capital do Brasil
para o mercado americano, desvalorizando nossa moeda”, explica Felipe Pontes,
diretor de gestão de patrimônio da Avantgarde Asset Management.
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Problemas Internos Agravam a
Desvalorização
Além da influência externa, o real sofre com
questões internas. Desde o início do ano, o risco Brasil tem aumentado,
refletido no CDS (credit default swap), que atingiu seu maior preço em 2024.
Fatores como a desancoragem fiscal e inflacionária, somados a ruídos políticos
e mudanças na meta fiscal, contribuem para a percepção de maior risco no país,
afastando investidores estrangeiros.
“Os riscos políticos e econômicos elevam a
percepção de que investir no Brasil é mais arriscado. Isso, somado a juros
internos menos competitivos em comparação aos EUA, resulta na desvalorização do
real”, comenta Rafael Perretti, economista e trader da Clear Corretora.
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Impacto da Inflação e das
Commodities
A recente alta da inflação no Brasil, impulsionada
por fatores fiscais e climáticos, como as chuvas no Rio Grande do Sul, diminui
a atratividade dos títulos brasileiros. A inflação elevada reduz o juro real,
enquanto nos EUA, dados mais fracos aumentam o rendimento real, tornando os
investimentos americanos mais atrativos.
Além disso, a queda nos preços das commodities
afeta negativamente a balança comercial brasileira. O preço do barril de
petróleo Brent caiu de mais de US$ 90 no início de abril para US$ 84,3
atualmente, enquanto a tonelada do minério de ferro passou de uma máxima de três
meses de US$ 122,5 em maio para US$ 104,8 hoje.
Comparação com a Argentina
Na Argentina, o FMI projetou juros reais positivos
para este ano, uma melhora em relação aos anos anteriores. Isso ajuda a
entender a aproximação do real com a moeda argentina, apesar da crise econômica
persistente no país vizinho.
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Conclusão
A desvalorização do real em 2024 é resultado de uma
combinação de fatores externos, como a política monetária dos EUA, e internos,
como a instabilidade fiscal e política no Brasil. A necessidade de ajustes e
políticas robustas para estabilizar a economia é evidente, para que o país
possa recuperar a confiança dos investidores e melhorar a performance de sua
moeda.
Neste cenário desafiador, é crucial que o governo
brasileiro adote medidas eficazes para enfrentar os problemas estruturais que
contribuem para a desvalorização do real e garantir um ambiente econômico mais
estável e atraente para investimentos futuros.






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