A instalação da escultura “Espírito Guardião Dragão-Onça”, presente da China ao Brasil durante a COP-30, desencadeou forte reação de setores evangélicos nas redes sociais e reacendeu debates sobre símbolos religiosos, disputa narrativa e protagonismo político.
Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga
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Sociais
A obra,
inaugurada no último dia 16 na Freezone Cultural Action — programação paralela
à COP-30, em Belém — representa a fusão entre um dragão chinês e uma
onça-pintada brasileira abraçando um globo marcado com “COP-30”. Concebida pela
artista Huang Jian, a peça simboliza, segundo o governo chinês, a união entre
China e Brasil na agenda climática e na proteção das florestas tropicais.
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A
Prefeitura de Belém afirmou, em nota oficial, que a escultura une “dois
símbolos de grande força cultural e ambiental”, ressaltando que o dragão é um
emblema tradicional da identidade chinesa, enquanto a onça representa a
diversidade amazônica. A obra, de bronze, ficará permanentemente no país e deve
ser instalada em espaço público da capital paraense.
A
repercussão, porém, ganhou outro rumo quando líderes e perfis evangélicos
passaram a criticar o presente. Publicações no Instagram e Facebook associaram
o dragão a figuras bíblicas ligadas ao mal, reinterpretando o símbolo asiático
à luz de narrativas apocalípticas. Entre elas, uma postagem do apóstolo Estevam
Hernandes, intitulada “Sinais do Fim dos Tempos”, que recebeu mais de mil
interações, questionando o uso de um dragão “com chifres” e afirmando que a
fusão com a onça poderia representar “aliança contrária aos valores cristãos”.
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A
amplificação do debate se intensificou quando pastores influentes sugeriram que
o monumento seria um “alerta espiritual” para o Ocidente, com comentários
citando “a chegada da besta” e pedindo a retirada ou destruição da escultura. A
postagem do pastor Wagner Malagues Santos, por exemplo, atingiu 12,8 mil
comentários — quase todos com referências proféticas.
Especialistas
em religião apontam que o episódio reflete mais que uma discussão estética:
revela estratégias de mobilização política por meio de símbolos
reinterpretados, comuns em ciclos eleitorais e momentos de grande visibilidade
pública. Parte das críticas, segundo analistas, expressa desconforto com a
perda de protagonismo evangélico em agendas internacionais de clima, diplomacia
e cultura — temas tradicionalmente tratados fora do eixo religioso.
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Para
pesquisadores da relação entre fé e política, a adesão rápida e massiva a
conteúdos alarmistas nas redes mostra como parte do público evangélico ainda
carece de mediação qualificada e ações comunitárias concretas. Em meio ao
debate, líderes mais críticos têm sido questionados sobre por que raramente se
manifestam com a mesma força sobre problemas sociais que atingem diretamente
suas comunidades, como pobreza, insegurança alimentar e desigualdade
territorial.
Enquanto a
polêmica continua, a escultura segue exposta ao público e deve integrar, nos
próximos meses, o circuito cultural permanente de Belém. Para o governo
municipal, a obra simboliza cooperação internacional. Para opositores
religiosos, tornou-se palco de uma disputa narrativa que extrapola arte e
clima, alcançando política, identidade e poder simbólico.
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