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DM News | REPARAÇÃO HISTÓRICA: O RECONHECIMENTO DE PORTUGAL PELA ESCRAVIDÃO E AS PERSPECTIVAS PARA O BRASIL

 Por [REDAÇÃO], Colaborador do Jornal DM News | siga nas redes sociais 




Lisboa, Portugal - Em uma declaração histórica, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade do país pelos crimes cometidos durante a era da escravidão. A afirmação, feita em 23 de junho de 2024, marcou a primeira vez que um chefe de Estado português admitiu publicamente a culpa da nação pelo tráfico de escravos e pelas atrocidades cometidas em suas colônias. Entretanto, as palavras de Rebelo de Sousa ainda não foram acompanhadas por ações concretas, deixando muitas questões sobre como Portugal pretende reparar seu passado colonial.


Um Marco Histórico

O pronunciamento de Rebelo de Sousa foi um marco significativo no longo caminho para o reconhecimento e a reparação dos danos causados pela escravidão. "Temos que pagar os custos [pela escravidão]. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", afirmou o presidente. Contudo, a ausência de medidas práticas para dar seguimento a essa fala gerou críticas e levantou dúvidas sobre a efetividade do compromisso português.



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O Papel do Primeiro-Ministro e do Parlamento

Embora o reconhecimento do presidente tenha um peso simbólico importante, as ações concretas dependem do primeiro-ministro e do Parlamento de Portugal. O atual primeiro-ministro, Luis Montenegro, tem o poder de assinar medidas que possam concretizar as reparações, desde que sejam aprovadas pelo Legislativo. Até o momento, Montenegro não anunciou planos específicos para abordar o tema, deixando a iniciativa em um limbo político.


Pressão Internacional e o Papel da ONU

A questão da reparação histórica não é exclusiva de Portugal. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido pressionada a criar um tribunal para examinar a escravidão e o colonialismo, além de estabelecer um fundo de reparação internacional. Durante o 3º Fórum Permanente de Povos Afrodescendentes, realizado em abril de 2024 em Genebra, Suíça, líderes discutiram propostas para efetivar a reparação histórica.

"Em relação às reparações, devemos finalmente entrar em uma nova era. Os governos devem se mobilizar para mostrar uma verdadeira liderança com compromissos genuínos para passar rapidamente das palavras à ação que resolverá adequadamente os erros do passado", disse Volker Turk, chefe de direitos humanos da ONU. O reconhecimento da escravidão como um crime contra a humanidade é apenas o primeiro passo. A adesão dos governos europeus ao pagamento de reparações ainda enfrenta resistência, devido às implicações financeiras e políticas.


Exemplos Internacionais de Reparação

Alguns países já tomaram medidas concretas em direção à reparação histórica. Em 2022, o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, pediu desculpas pelo envolvimento do país no comércio de escravos e anunciou um fundo de 200 milhões de euros para iniciativas de educação e combate ao legado da escravidão. O Canadá também deu passos significativos, criando uma comissão de reconciliação com os povos indígenas e destinando 17,35 bilhões de dólares para indenizações.

Portugal, no entanto, permanece na fase de reconhecimento verbal dos crimes. O país traficou quase 6 milhões de africanos, a metade do total de escravos transportados pelos países europeus. Esses indivíduos eram forçados a atravessar o Atlântico em condições desumanas, sendo explorados em colônias como o Brasil, Cabo Verde, Timor Leste e partes da Índia.



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O Impacto no Brasil

No Brasil, a escravidão deixou um legado profundo e duradouro. A Lei 10.639/03, que tornou obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira e africana no currículo escolar, foi um passo importante para reconhecer e valorizar as contribuições dos descendentes de africanos. No entanto, a desigualdade e o racismo estrutural ainda são desafios enormes para o país.

O presidente Lula, desde seu retorno ao cargo, tem buscado fortalecer as relações com países africanos e promover iniciativas que ajudem a reparar parte da dívida histórica. Parcerias focadas na educação e no desenvolvimento sustentável são vistas como formas de contribuir para a justiça social e a reparação histórica.


O Debate Sobre Reparação no Contexto Atual

A questão das reparações é complexa e envolve não apenas a compensação financeira, mas também o reconhecimento das injustiças históricas e a promoção da igualdade. Especialistas argumentam que as reparações não devem se limitar a indenizações, mas incluir políticas públicas que combatam o racismo e promovam a inclusão social.

"A discussão deve ser feita do ponto de vista da estratégia comercial da Petrobras: a empresa deseja ampliar sua produção para exportar e, em contrapartida, o Estado irá recolher mais impostos. A questão é o interesse da sociedade na preservação daquela região. A segurança energética não é determinante nesta discussão", pondera Marcus D´Elia, sócio da Leggio Consultoria.


O Futuro das Reparações

O reconhecimento da escravidão e a busca por reparações são passos essenciais para lidar com o passado colonial. Portugal, ao admitir sua culpa, abre a porta para uma discussão mais ampla sobre como reparar as injustiças cometidas. No entanto, transformar palavras em ações concretas será um desafio que exigirá coragem política e um compromisso genuíno com a justiça.

Enquanto Portugal e outros países europeus enfrentam suas responsabilidades históricas, o Brasil continua a lutar contra os legados da escravidão. A cooperação internacional e as políticas públicas inclusivas serão fundamentais para avançar nessa agenda.



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Conclusão

O reconhecimento da escravidão como um crime contra a humanidade é um passo crucial, mas é apenas o início de um processo longo e complexo de reparação. Portugal, ao reconhecer sua culpa, precisa agora transformar essa admissão em ações concretas que possam ajudar a curar as feridas do passado. Para o Brasil, as parcerias internacionais e as políticas públicas inclusivas serão essenciais para promover a justiça social e a reparação histórica.



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