Por REDAÇÃO do Jornal DM News |
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Novo programa amplia em três vezes o número de famílias atendidas pelo
Auxílio Gás e promete impacto social histórico
O governo federal lançou, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, o programa Gás do Povo, que promete beneficiar cerca de 50 milhões de brasileiros com a distribuição gratuita de botijões de gás. A medida substitui o Auxílio Gás, triplica o número de beneficiários e se consolida como uma das maiores iniciativas de acesso ao cozimento limpo do mundo.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, terão direito ao benefício as famílias inscritas no CadÚnico com renda de até meio salário mínimo per capita, com prioridade para quem já recebe o Bolsa Família. A quantidade de botijões gratuitos varia conforme o tamanho da família: até três por ano para dois integrantes, quatro para três integrantes e seis para famílias com quatro ou mais pessoas.
A previsão
é de que cerca de 65 milhões de botijões sejam distribuídos anualmente.
Para 2025, o orçamento já prevê R$ 3,57 bilhões, assegurando a execução
imediata sem necessidade de créditos extras. O programa é integralmente
custeado por recursos públicos, o que garante previsibilidade, mas também
levanta questionamentos sobre sustentabilidade fiscal a médio prazo.
Especialistas
em políticas sociais destacam o alcance inédito da iniciativa. O gás de
cozinha, insumo básico, representa uma fatia significativa das despesas das
famílias de baixa renda. Ao reduzir esse peso, o programa pode diminuir a
insegurança alimentar e ampliar a qualidade de vida. Além disso, há ganhos
ambientais indiretos: a medida reduz a dependência de alternativas como lenha e
carvão, ainda utilizadas em comunidades vulneráveis.
Apesar do mérito social, o Gás do Povo abre espaço para debate sobre o modelo de políticas compensatórias no Brasil. A escolha por benefícios diretos, embora eficaz no curto prazo, exige constante vigilância sobre sua sustentabilidade fiscal e sobre a capacidade de integrar-se a estratégias estruturantes, como geração de renda e expansão de energias renováveis acessíveis.
Em cidades
médias como Uberaba (MG), o impacto pode ser expressivo. A alta no preço
do gás tem pressionado famílias de baixa renda e, em muitos bairros, relatos de
substituição por fogões improvisados com lenha ainda são recorrentes. Para
essas populações, a política pública representa alívio imediato, mas também
impõe ao poder público local a tarefa de fiscalizar a execução e garantir que
os botijões cheguem a quem realmente precisa.
O Gás do Povo surge como um marco social no enfrentamento da desigualdade energética no Brasil. Porém, sua permanência dependerá do equilíbrio entre o compromisso com os mais pobres e a responsabilidade fiscal. O desafio está em transformar o benefício emergencial em um passo estratégico para a construção de uma política energética mais inclusiva e sustentável.




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