Fenômeno comum no Transtorno do Espectro Autista, a ecolalia pode funcionar como uma barreira inicial, mas também como ponte para o avanço da linguagem e da inclusão social.
Por REDAÇÃO do Jornal DM News |
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A ecolalia,
caracterizada pela repetição involuntária de palavras ou frases, é
frequentemente associada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Embora vista
por muitos como limitação, especialistas afirmam que ela pode representar uma
etapa importante no desenvolvimento da comunicação. Terapias especializadas,
acolhimento social e compreensão adequada do fenômeno ajudam crianças e adultos
a transformar a repetição em ferramenta de expressão.
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Presente no
desenvolvimento típico da linguagem entre um e três anos, a ecolalia torna-se
sinal de alerta quando persiste além dessa fase. No TEA, ela pode ocorrer em
formato imediato — logo após ouvir uma frase — ou tardio, quando a repetição
ocorre horas ou dias depois. Segundo o DSM-5 e diretrizes internacionais
de neuropediatria, sua presença é comum e pode assumir funções comunicativas,
emocionais e cognitivas.
A
fonoaudióloga clínica Marina Queiroz, especialista em linguagem, explica que a
ecolalia não deve ser interpretada apenas como um sintoma.
“Para muitas crianças autistas, repetir frases é uma forma de participar da interação. A ecolalia pode ser a porta de entrada para a linguagem funcional. O papel da terapia é transformar essa repetição em significado.”
Figuras
públicas autistas também relataram desafios comunicativos que podem incluir
padrões ecolálicos, especialmente na infância. A cantora Susan Boyle,
diagnosticada com Asperger, relatou dificuldades de linguagem e repetições
verbais quando criança. O ator Anthony Hopkins e o cineasta Tim Burton, ambos
frequentemente associados ao espectro, também ilustram como estilos
comunicativos alternativos podem coexistir com carreiras de excelência
artística.
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Abordagens que favorecem o desenvolvimento
A
literatura especializada (UNESCO, Associação Americana de Fonoaudiologia e
estudos de comunicação alternativa) destaca estratégias eficazes:
- Fonoaudiologia especializada, com foco em
linguagem funcional;
- Trabalho multidisciplinar, envolvendo
psicólogos, terapeutas ocupacionais e neuropediatras;
- Ecolalia mitigada, processo no qual a
criança adapta frases repetidas para comunicar necessidades reais;
- Ambiente escolar e familiar acolhedor,
que favoreça a segurança emocional e o estímulo à interação.
A psicóloga
infantil Dra. Renata Borges reforça que a ecolalia pode ser um recurso
socioemocional.
“Alguns repetem frases para regular a ansiedade; outros usam trechos de diálogos para iniciar conversas. Quando entendemos a função, conseguimos intervir de forma muito mais humanizada.”
Função social e comunicativa
Estudos
recentes indicam que a ecolalia pode ser uma tentativa de manter o fluxo da
conversa, mesmo que sem domínio total do conteúdo. Assim, ela revela não apenas
uma característica do TEA, mas um desejo de interação — aspecto central para o
desenvolvimento global da pessoa autista.
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Compreender
a ecolalia como forma de expressão — e não como obstáculo absoluto — é
fundamental para promover inclusão, respeito e desenvolvimento. Quando acolhida
e trabalhada com métodos adequados, a repetição deixa de ser barreira e se
torna ponte para o diálogo, abrindo caminhos para autonomia, criatividade e
pertencimento social.
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