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DMHC News | Uberaba registra recorde de mortes por suicídio e acende alerta para crise silenciosa na saúde mental

[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a saúde mental. Caso a matéria desperte gatilhos ou você conheça alguém que precise de ajuda, procure o Centro de Valorização à Vida, disponível 24 horas pelo telefone 188, ou o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) mais próximo]


Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais





Cidade alcança 32 óbitos até novembro de 2025, maior número da série histórica; especialistas reforçam urgência de ampliar cuidado psicossocial e combater estigma


Uberaba enfrenta, em 2025, o ano mais grave de sua série histórica de mortes por suicídio. Até 7 de novembro, o município já contabilizava 32 óbitos, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). O número supera registros de dengue (19) e de Síndrome Respiratória Aguda Grave (13), revelando que o adoecimento emocional se tornou uma crise de saúde pública.


A média atual é de quase três mortes por mês, ritmo que supera os anos anteriores: foram 27 óbitos em 2022, 26 em 2023 e 25 em 2024. A tendência ascendente preocupa profissionais da saúde, pesquisadores e gestores, que alertam para a necessidade de ações estruturadas e contínuas — e não apenas campanhas pontuais.



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Perfil das vítimas: jovens e adultos em idade produtiva

As faixas etárias mais afetadas em 2025 são 20 a 29 anos e 40 a 49 anos, cada uma com oito registros. Em seguida aparecem pessoas entre 30 e 39 anos, com cinco mortes. O padrão confirma que o sofrimento emocional atinge majoritariamente indivíduos em plena vida produtiva, com impacto direto sobre famílias, ambientes de trabalho e a dinâmica social da cidade.


O cenário se agrava com as 271 tentativas de suicídio registradas no ano. Entre elas, há notificações envolvendo crianças com menos de 10 anos e adolescentes, fato que acende um alerta para o avanço do sofrimento psíquico precoce. Jovens adultos entre 20 e 39 anos continuam formando o maior grupo de risco.



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Rede de saúde mental ampliou atendimento, mas demanda permanece alta

Durante o Setembro Amarelo, a rede municipal intensificou os cuidados. Foram realizados 9.314 atendimentos, com acolhimento de 1.867 pacientes nas unidades Caps Adulto, Caps Infantojuvenil, Inácio Ferreira e no Sistema de Ações Psicossociais (Siap). Segundo a Secretaria de Saúde, o esforço permitiu zerar a fila para atendimento psicológico — resultado importante, mas que precisa ser mantido.


O Núcleo de Enfrentamento da Violência e do Abuso Sexual (Nevas) também registrou 334 acolhimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência. Especialistas apontam que esses traumas são fortes fatores de risco para comportamentos suicidas.


“O suicídio raramente é um desejo de morrer”, diz psicólogo

Para o psicólogo Sérgio Marçal, diretor de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde, compreender o suicídio exige olhar para a dor emocional e não apenas para o ato em si.


“Na maior parte das vezes, a tentativa é uma forma de interromper um sofrimento insuportável. Cuidar da mente é prevenção, como cuidamos de qualquer órgão do corpo”, afirma.



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Marçal reforça que buscar ajuda é um gesto de coragem:

“Há tratamento, há recursos e há vida depois da dor.”

O que é suicídio e como reconhecê-lo como problema de saúde pública


O suicídio é um ato intencional, influenciado por fatores psicológicos, sociais, culturais e biológicos. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, segundo o Ministério da Saúde. É uma das principais causas de morte entre adolescentes, jovens e idosos.


Principais fatores de risco

– Depressão, transtorno bipolar e outras condições mentais;
– Abuso de álcool ou drogas;
– Histórico de violência ou trauma;
– Isolamento social, perdas significativas e conflitos familiares;
– Doenças crônicas e incapacitantes.


Sinais de alerta

– Fala sobre morte, culpa ou desesperança;
– Mudanças bruscas de humor;
– Abandono de atividades antes prazerosas;
– Impulsividade, abuso de substâncias;
– Negligência com autocuidado e higiene.


Como agir ao perceber risco

A abordagem deve ser empática, direta e sem julgamentos. Abrir espaço para que a pessoa fale, incentivá-la a buscar atendimento e, em casos iminentes, nunca deixá-la sozinha. Remover objetos que possam ser usados como instrumento de autoagressão e buscar imediatamente apoio profissional são medidas essenciais.


Onde buscar ajuda em Uberaba e no Brasil

– CVV – 188 (24 horas, gratuito e sigiloso)
– cvv.org.br
– CAPS Adulto e Infantojuvenil
– Unidades de Saúde (UBS/UBSFs)
– Pronto Atendimento em casos de urgência



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O silêncio também adoece

Os números de 2025 revelam uma crise que não pode ser tratada como estatística. O avanço das mortes e tentativas mostra que o sofrimento psíquico exige políticas permanentemente estruturadas, com financiamento contínuo, ampliação de equipes, fortalecimento dos serviços e integração entre saúde, educação e assistência social.


Falar sobre suicídio não incentiva o ato — incentiva a busca por ajuda. Quanto mais esclarecimento, menos estigma e mais vidas podem ser preservadas.



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