Pesquisa desmonta percepção de que pessoas em situação de rua vêm de outras regiões; Secretaria relata baixa adesão ao acolhimento e ao tratamento
Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga
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Sociais
Um
levantamento conduzido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) em
parceria com a Segurança Pública de Uberaba revelou que a maior parte das
pessoas em situação de rua na cidade é natural do próprio município. O dado foi
reforçado pelo secretário Weber Januário, em entrevista ao programa De
Frente com a Notícia, da Rádio JM, e contraria a percepção popular de que o
grupo seria composto majoritariamente por migrantes.
Segundo o secretário, as equipes técnicas têm realizado atendimentos semanais em pontos de maior concentração, como o entorno da Marcus Cherem, com ações de abordagem social, limpeza e encaminhamento para o albergue municipal.
Apesar disso, o retorno às ruas ocorre com frequência. “A gente leva para o
acolhimento, mas eles voltam. Porque é local, é onde querem permanecer”,
afirmou.
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Baixa adesão e limites legais
Januário destacou que a principal barreira para avanços no atendimento é a recusa de parte da população em situação de rua em aceitar retorno ao convívio familiar ou iniciar tratamento contra dependência química.
A Prefeitura, segundo ele, não tem prerrogativa legal para determinar
internações compulsórias. “Temos vagas para quem quer se recuperar, em
Uberlândia e aqui. Mas é a pessoa querer ir. Não posso obrigar”, reforçou.
Mesmo
diante das limitações, as equipes da assistência social, da Polícia Militar e
da Guarda Civil Municipal mantêm operações rotineiras de acolhimento, limpeza e
monitoramento. Segundo a Seds, os serviços de tratamento seguem disponíveis,
mas a adesão baixa impede resultados mais consistentes.
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Perfil da população local
O levantamento mostra que o grupo é formado majoritariamente por homens (250 casos), seguido por mulheres (15) e duas pessoas que se identificaram como transgênero.
A faixa etária predominante está entre 18 e 59 anos, com 254 pessoas, enquanto
16 têm mais de 60 anos. Os dados reforçam que se trata de uma população adulta, exposta a múltiplas
vulnerabilidades sociais, econômicas e de saúde.
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Fenômeno nacional e desafios locais
Uberaba reflete uma realidade observada em diversas cidades brasileiras. Estimativas nacionais indicam mais de 335 mil pessoas em situação de rua no país, distribuídas em cerca de 64% dos municípios.
Desigualdade social, crises econômicas, transtornos mentais, dependência
química e rupturas familiares são fatores frequentemente associados ao
fenômeno.
Para
especialistas, políticas públicas efetivas precisam combinar acolhimento,
reinserção social, ações preventivas, programas de capacitação profissional e tratamento
em saúde mental. A coleta contínua de dados também é essencial para aprimorar
diagnósticos e definir estratégias mais aderentes ao perfil local.
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Segurança na rodoviária
Januário
também comentou a situação da segurança na rodoviária de Uberaba.
Ele lembrou que a responsabilidade pela segurança interna do terminal é da
empresa concessionária, ainda que a Guarda Municipal ofereça suporte no local.
“Não podemos abraçar tudo. A empresa precisa fazer sua parte e contratar
segurança”, afirmou.
Os dados
revelam um cenário complexo, que exige respostas articuladas entre assistência
social, saúde, segurança pública e políticas de habitação. O reconhecimento de
que a maioria dessa população é uberabense reforça a necessidade de estratégias
locais, contínuas e intersetoriais para garantir dignidade, cuidado e
reinserção.
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