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Incidente
reacende debate sobre vulnerabilidade em terminais, rodoviárias e centros
urbanos
Um episódio
registrado neste sábado (27) em Uberaba trouxe à tona uma questão que vai além
do ato isolado: a fragilidade da segurança em espaços públicos estratégicos. Um
adolescente de 14 anos, diagnosticado com autismo, conseguiu retirar um ônibus
do Terminal Beija-Flor e conduzi-lo pelas ruas até o bairro Parque dos
Girassóis III, onde colidiu com um veículo estacionado. Embora não haja
vítimas, o caso expõe riscos invisíveis que precisam ser enfrentados com
urgência.
O incidente
revela uma falha de vigilância em um setor que deveria estar protegido por
protocolos rígidos. Terminais de ônibus, estações do BRT, rodoviárias e
aeroportos são, reconhecidamente, alvos potenciais de situações de risco —
desde furtos simples até ações de maior gravidade, como atentados. A ausência
de barreiras físicas adequadas, monitoramento tecnológico eficiente e equipes
treinadas abre espaço para que imprevistos se transformem em tragédias.
Especialistas
em segurança urbana destacam que a mobilidade coletiva é um ponto sensível em
qualquer cidade de médio e grande porte. Quando há descuido, não apenas
usuários ficam expostos, mas também motoristas, lojistas e moradores no
entorno. O caso de Uberaba ilustra como uma ação aparentemente inofensiva pode
ganhar proporções maiores se somada a outros fatores, como o acesso a veículos
de grande porte ou a aglomeração em horários de pico.
Além dos
terminais, outros espaços exigem atenção especial. Praças, centros de compras
populares, escolas com histórico de conflitos e até clubes sociais têm
registrado episódios de violência ou desordem. Em Uberaba, a falta de
integração entre segurança pública e gestão social acentua o problema.
Situações envolvendo adolescentes em vulnerabilidade social, estudantes ligados
a grupos de risco ou cidadãos com transtornos não acompanhados reforçam a
necessidade de políticas públicas preventivas.
A gestão
municipal, em articulação com os poderes estadual e federal, precisa agir em
duas frentes. No campo estrutural, com investimentos em vigilância eletrônica,
rondas permanentes, treinamento de pessoal e protocolos de emergência. No campo
social, com políticas de inclusão, apoio a famílias em situação de
vulnerabilidade e programas educativos que previnam a reincidência de
comportamentos de risco.
Uberaba,
assim como outras cidades do Triângulo Mineiro, está diante de um desafio:
equilibrar a preservação de espaços democráticos e abertos ao público com a
implementação de medidas firmes de segurança. Ignorar sinais como o ocorrido
neste sábado significa assumir riscos desnecessários em um cenário cada vez
mais instável.




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