Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais
Maioria
dos deputados de Minas Gerais vota alinhada à direita, revelando fidelidade ao
ex-presidente e polarização interna das siglas
A
votação pela urgência do chamado “PL da Anistia” expôs de forma cristalina a
força da agenda bolsonarista em Minas Gerais. Dos 53 deputados federais
mineiros, 37 acompanharam a orientação da oposição e apoiaram a tramitação
acelerada do projeto que busca beneficiar Jair Bolsonaro e os condenados pelos
atos golpistas de 8 de janeiro.
O placar coloca
Minas como um dos epicentros da disputa ideológica no Congresso. Segundo maior
colégio eleitoral do país, o estado tem peso estratégico na correlação de
forças políticas nacionais. A adesão majoritária da bancada mineira ao
bolsonarismo revela um enraizamento que vai além da fidelidade partidária e
toca a identidade política regional, marcada pela predominância de partidos de
centro-direita.
A análise por sigla reforça esse cenário. O PT mineiro
foi unânime contra a urgência, acompanhando a estratégia do governo Lula de
tentar isolar o adversário. Já Avante, Republicanos e PRD fecharam questão a
favor, transformando a votação em um verdadeiro teste de disciplina partidária.
O resultado deixou claro que, para a oposição, a defesa de Bolsonaro continua a
ser um fator de coesão política, capaz de suplantar divergências internas.
Especialistas
apontam que esse movimento tem implicações diretas para a disputa eleitoral de
2026. Minas Gerais, tradicional “ponto de inflexão” nas eleições presidenciais,
mostra que o bolsonarismo segue vivo e competitivo. O comportamento da bancada
pode servir como termômetro do eleitorado mineiro, sinalizando dificuldades
para o governo em consolidar uma base sólida no estado.
Ao mesmo tempo, o alinhamento dos deputados
pró-Bolsonaro também expõe riscos. O custo político de apoiar uma anistia
ampla, que abrange invasores de prédios públicos e condenados por ataques às
instituições, pode gerar desgaste junto a setores do eleitorado mais moderado e
às classes médias urbanas, que cobram responsabilização pelos atos
antidemocráticos.
A
votação, portanto, vai além de uma pauta de ocasião. Trata-se de um marcador
político que reposiciona Minas Gerais no tabuleiro nacional, reafirmando sua
relevância e mostrando que o estado permanece dividido entre o lulismo e o
bolsonarismo. Essa divisão, ao mesmo tempo que fortalece a oposição no curto
prazo, pode acirrar ainda mais a polarização em uma das regiões decisivas para
o futuro da democracia brasileira.





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