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Experiências
em torno da mesa movimentam trilhões no mundo e já são prioridade de viajantes
O turismo
gastronômico deixou de ser tendência para se tornar protagonista das viagens em
todo o mundo. Escolher destinos motivados pela culinária local é hoje prática
comum entre turistas que buscam mais do que refeições: querem vivências
culturais, contato com tradições e a chance de mergulhar na identidade de um
povo por meio de seus sabores.
Pesquisas
internacionais reforçam esse movimento. Segundo a UN Tourism e a Booking.com
(2025), 87% dos viajantes buscam experiências gastronômicas em suas viagens, e
34% definem o destino pela força da culinária local. A World Food Travel
Association destaca que, em alguns mercados, 66% planejam pelo menos uma viagem
exclusivamente gastronômica por ano. No Brasil, a pesquisa da Booking.com
(2025) aponta que 69% dos turistas nacionais consideram a culinária fator
decisivo ao escolher para onde viajar.
Mais que
modismo, o setor movimenta cifras impressionantes. Relatórios internacionais
estimam que o turismo gastronômico deve gerar mais de US$ 1,94 trilhão até
2031, com crescimento médio de 15% ao ano. Exemplos concretos reforçam o
potencial: Lima, no Peru, se reposicionou globalmente a partir de sua cozinha,
transformando pratos como o ceviche em símbolos de orgulho nacional e atraindo
visitantes de todo o mundo.
O Brasil
começa a ganhar espaço nesse debate. Em fevereiro de 2026, Santarém (PA)
sediará o Fórum Mundial do Turismo Gastronômico da ONU, um marco inédito
que colocará o país sob os holofotes internacionais. A realização no coração da
Amazônia destaca não apenas a biodiversidade, mas também a riqueza cultural e o
protagonismo dos ingredientes locais.
A questão
que se impõe é: cidades como Uberaba estão se preparando para acompanhar essa
onda? O município, que já aposta no Geopark Uberaba como ativo
turístico, possui um setor de bares, hotéis e restaurantes vibrante, mas ainda
carece de ações coordenadas que posicionem a gastronomia como vetor
estratégico. Associações locais ligadas ao turismo e à hospitalidade podem
encontrar no tema uma oportunidade de ampliar mercados, atrair visitantes e
valorizar produtores regionais.
A mesa,
como espaço de memória e identidade, tem poder de transformar territórios. Se o
mundo já entendeu a gastronomia como motor cultural e econômico, Uberaba
precisa decidir se vai apenas assistir ao avanço ou se posicionar para colher
frutos dessa revolução.





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