Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais
Em um país que é uma das maiores potências agrícolas do planeta, milhões de brasileiros continuam tendo dificuldade de acesso a alimentos básicos como arroz, feijão, café, leite e pão. Embora o Brasil seja reconhecido internacionalmente como um grande exportador de grãos e proteína animal, o que se vê nas prateleiras dos supermercados é o encarecimento dos produtos da cesta básica e a ausência de medidas efetivas do poder público para conter a escalada dos preços.
A questão
não é apenas econômica — é também política e social. Enquanto setores
produtivos acumulam recordes de exportação, famílias de baixa renda enfrentam
insegurança alimentar e veem o poder de compra diminuir mês a mês.
O paradoxo do país produtor
Dados da Companhia
Nacional de Abastecimento e do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística mostram que o Brasil colheu mais de 300 milhões de toneladas de
grãos em 2024, consolidando-se como um dos maiores produtores de alimentos do
planeta. Porém, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura, cerca de 70 milhões de brasileiros convivem
com algum nível de insegurança alimentar.
Especialistas
apontam que parte do problema está na ausência de políticas públicas que
priorizem o consumo interno e protejam o cidadão de oscilações de mercado. Os
alimentos que compõem a cesta básica sofrem variações de preço constantes,
pressionadas pelo câmbio, custos logísticos e exportação intensiva.
Falta de protagonismo político
Apesar da
gravidade do problema, poucos parlamentares assumem publicamente a defesa de
medidas concretas para reduzir o preço dos alimentos básicos. Propostas como
subsídios diretos à produção voltada ao mercado interno, regulação de estoques
estratégicos e políticas de contenção de preços raramente avançam nas casas
legislativas.
“Enquanto o
discurso político se concentra na macroeconomia, a alimentação diária da
população permanece fora da prioridade parlamentar. Isso revela uma desconexão
perigosa entre Brasília e a mesa do cidadão”, afirma um economista da Universidade
Federal de Uberlândia.
Impactos na vida cotidiana
Para
famílias de baixa renda, o impacto é direto: menos comida no prato e maior
dependência de programas sociais. Em Uberaba, entidades comunitárias relatam
aumento na demanda por doações de alimentos e refeições solidárias. Situações
como essa reforçam a importância de políticas públicas que assegurem acesso
justo e contínuo a alimentos essenciais.
Além disso,
a alta nos preços da cesta básica tem efeito cascata, influenciando índices de
inflação, consumo e até a estabilidade social — uma realidade que pressiona
prefeitos e governadores a buscar soluções locais enquanto o debate nacional
permanece morno.
O futuro da segurança alimentar
Especialistas
defendem que a saída passa por um pacto nacional que envolva governo,
produtores e sociedade civil para priorizar a alimentação da população
brasileira. A adoção de mecanismos de regulação de preços, estímulo à
agricultura familiar e revisão da política de exportação podem ser caminhos
para garantir comida no prato e estabilidade social.
Enquanto
isso não acontece, milhões de famílias continuam pagando caro pelo arroz, pelo
feijão e pelo pão — produtos que, paradoxalmente, são abundantes no país.
🗣️ “O Brasil exporta para alimentar o mundo, mas não consegue garantir comida acessível para o seu próprio povo.”





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