Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais
Linha fina:
Espaço cultural acumula problemas estruturais desde 2018 e opera de forma
limitada, à espera de obras que ainda não têm prazo definido
Parcialmente fechada desde 2021, a Biblioteca Municipal de Uberaba permanece sem previsão de reforma completa. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) anunciou que as intervenções ocorrerão em etapas, priorizando inicialmente a manutenção de calhas e encanamentos, apontados pela Defesa Civil como risco estrutural. Apesar do anúncio, não há data definida para o início nem para a conclusão das obras.
O prédio histórico enfrenta infiltrações e danos desde 2018. O agravamento da situação levou ao fechamento da entrada principal, pela rua Alaor Prata, há mais de dois anos, além da transferência de parte do acervo para o Sine Uberaba em fevereiro deste ano. O salão principal também segue interditado, limitando o acesso e provocando insatisfação em moradores e frequentadores.
Ainda
assim, o espaço resiste. Em 2023, foram contabilizados 12.408 visitantes e
quase 13 mil empréstimos de livros, além da realização de atividades como o Bibliotour,
que recebe cerca de 500 estudantes por mês, e eventos como a Colônia de Férias,
que reuniu 200 crianças em janeiro. O funcionamento, entretanto, ocorre por uma
entrada lateral, na rua Raimundo Soares Azevedo, e de forma restrita.
A
prioridade da Semed é corrigir o sistema de escoamento de água, que falhou em
reformas anteriores e hoje ameaça a preservação do acervo. Somente após essa
etapa serão executadas melhorias no piso, paredes, pintura e estantes. O
orçamento inicial deve ser fechado até dezembro, mas a falta de cronograma
concreto reforça a percepção de morosidade no tratamento da questão.
A situação da Biblioteca Municipal evidencia a dificuldade de priorização das políticas culturais no município. Enquanto obras de infraestrutura urbana e de mobilidade recebem maior visibilidade, equipamentos culturais seguem relegados a planos secundários. A ausência de um calendário de execução compromete não apenas o acesso da população a um espaço de estudo e lazer, mas também a preservação do patrimônio histórico e literário da cidade.
Especialistas
apontam que a demora pode gerar impactos de longo prazo: perda de público,
desvalorização do espaço e até risco à integridade do acervo. Para a comunidade
acadêmica e cultural de Uberaba, a biblioteca não é apenas um prédio, mas um símbolo
de acesso à educação e à memória coletiva.
A expectativa de uma reforma ampla permanece indefinida. Enquanto a administração pública avança em etapas pontuais, a população segue convivendo com restrições de acesso a um dos principais equipamentos culturais da cidade. Uberaba, portanto, enfrenta o desafio de decidir se continuará tratando a Biblioteca Municipal como um problema secundário ou se reconhecerá nela um investimento estratégico para a cidadania.




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