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DMHC News | Impostos, taxas e tarifas: o desafio de Uberaba na gestão dos recursos públicos

 

Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais


A compreensão correta da natureza de cada tributo é essencial para que o poder público e o contribuinte atuem de forma consciente e responsável





Em Uberaba, assim como em todo o Brasil, o debate sobre a aplicação de recursos arrecadados por impostos, taxas e tarifas volta ao centro das discussões sobre eficiência do gasto público e responsabilidade fiscal. A Constituição Federal é clara: cabe ao município organizar e arrecadar seus tributos, garantindo que os valores retornem em serviços de qualidade à população. No entanto, a ausência de planejamento integrado e a recorrência da inadimplência minam a capacidade do poder público de cumprir essa função.

 

A diferença entre impostos, taxas e tarifas é fundamental. O imposto é compulsório e integra o “caixa geral” do governo, sendo aplicado em saúde, educação, segurança e outras áreas universais. A taxa, também obrigatória, tem destinação específica — como a coleta de lixo ou a iluminação pública. Já a tarifa decorre de um serviço facultativo, contratado conforme a necessidade do cidadão, como o transporte coletivo ou os serviços bancários. Essa distinção, simples em teoria, gera confusão na prática e exige do Executivo e do Legislativo municipais maior investimento em educação fiscal.





O prefeito e os vereadores têm papel estratégico. O Executivo deve estruturar programas de conscientização e transparência, ampliando o acesso do cidadão às informações sobre a arrecadação e o uso dos tributos. Já o Legislativo precisa garantir, por meio de leis e fiscalizações, que o orçamento seja direcionado de forma responsável, evitando distorções e assegurando retorno social.

Um ponto sensível é o contribuinte inadimplente. A Lei de Responsabilidade Fiscal e o Código Tributário Nacional autorizam o município a adotar mecanismos de cobrança, como inscrição em dívida ativa e execução fiscal. No entanto, especialistas defendem que a simples judicialização não resolve o problema. É necessário combinar medidas punitivas a programas de negociação de débitos, com descontos progressivos, parcelamentos acessíveis e campanhas educativas. A inadimplência por desdém deve ser tratada com rigor, mas a causada por dificuldades econômicas exige soluções de mediação que não inviabilizem a vida do contribuinte nem o caixa da prefeitura.





Uberaba, que busca se firmar como polo de desenvolvimento regional, precisa enxergar os tributos como instrumentos de cidadania. Mais do que arrecadar, é necessário construir uma cultura de corresponsabilidade: o cidadão compreende para que paga, e o poder público demonstra, com clareza e eficiência, onde e como aplica. O futuro da gestão fiscal no município depende dessa relação de confiança.

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