Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais
Apesar do potencial, falta de planejamento
estratégico e ausência de campanhas conjuntas entre lojistas e entidades de
classe comprometem o impacto econômico
Uberaba se prepara
para se consolidar como cidade-sede do Geopark Uberaba, projeto que alia
valorização ambiental, científica e cultural. A iniciativa já desperta a
atenção de investidores privados, como empresários que apostam na criação de um
parque temático vinculado ao geoparque. No entanto, a falta de estrutura e de
articulação entre o poder público e o setor empresarial ameaça reduzir os
impactos positivos dessa oportunidade.
O entusiasmo
inicial não se reflete no cotidiano da cidade. Enquanto o Geopark é anunciado
como uma vitrine de potencial, entidades representativas como a Câmara de
Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de
Uberaba (Aciu) postergam iniciativas concretas de apoio ao setor turístico.
Lojistas, por sua vez, aguardam maior fluxo de clientes, mas não desenvolvem
campanhas de publicidade cruzada que possam associar seus produtos e serviços à
nova marca que surge no município.
Eventos já
consolidados, como o Festival Gastronômico, o Natal de Luzes, o aniversário da
cidade e o Carnaval, sofrem de outro problema: a divulgação insuficiente.
Muitos moradores e visitantes sequer têm conhecimento da programação, e os
organizadores restringem a comunicação a entrevistas pontuais, geralmente
concedidas durante os eventos. Isso gera baixa captação de público e enfraquece
o turismo como vetor econômico.
Especialistas em desenvolvimento regional defendem que
Uberaba precisa de um plano integrado de marketing turístico, capaz de unir
poder público, entidades de classe e empresários em torno de uma estratégia de
médio e longo prazo. A cidade, cuja base econômica é fortemente agrícola,
possui uma classe média consolidada e com potencial de consumo. No entanto, a
ausência de planejamento estratégico no setor cultural e turístico compromete a
conversão desse público em visitantes ativos de eventos e atrações locais.
A experiência de outros municípios brasileiros mostra
que investimentos consistentes em comunicação e infraestrutura são
determinantes para transformar atrativos naturais e culturais em motores de
desenvolvimento. Sem isso, Uberaba corre o risco de perder a janela de
oportunidade aberta pelo Geopark, limitando-se a ser apenas sede formal de um
projeto de grande relevância internacional, mas sem conseguir internalizar seus
benefícios econômicos e sociais.
A mensagem é
clara: é preciso transformar entusiasmo em ação coordenada. O futuro do turismo
uberabense depende da capacidade de empresários, entidades e poder público em
abandonar a postura reativa e assumir uma estratégia de promoção integrada, que
valorize não apenas o Geopark, mas todo o calendário cultural e festivo da
cidade.
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