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DMHC News | Samu Regional terá base em Uberaba e 37 novos cargos com salários de até R$12,5 mil

 

Por REDAÇÃO do Jornal DM News | Siga nas Redes Sociais

 

Serviço contará com regulação em Uberaba e ambulâncias distribuídas em 27 municípios da macrorregião, mas a implementação avança lentamente, em meio a dúvidas sobre motivação política, restrição financeira e real necessidade do atendimento






O anúncio da instalação do Samu Regional em Uberaba, com sede administrativa e de regulação na cidade e cobertura para 27 municípios da macrorregião, foi recebido como avanço estratégico para a saúde pública. O projeto prevê 37 novos cargos, com salários que chegam a R$12,5 mil, destinados a médicos, enfermeiros, técnicos e reguladores. Apesar da relevância, a execução caminha em ritmo lento, enquanto a imprensa local resgata a pauta periodicamente sem apresentar novos marcos concretos.





O Samu é considerado peça central na estrutura do SUS para atendimento de urgência, garantindo rapidez no socorro e desafogando prontos-socorros. No entanto, a experiência em Uberaba revela que entre o anúncio e a realidade existe um abismo. Enquanto ambulâncias seguem distribuídas em caráter emergencial nos municípios vizinhos, a base central ainda não opera plenamente.

Especialistas em gestão de saúde observam que a lentidão pode ter três explicações centrais:

1.    Motivação política – projetos de impacto popular muitas vezes são anunciados em ciclos eleitorais, sem cronograma técnico claro;

2.    Carência financeira – a manutenção de equipes médicas, frota de ambulâncias e regulação regional exige repasses federais e estaduais contínuos, que nem sempre são garantidos;

3.    Necessidade real – ainda que indiscutível a relevância do Samu, gestores locais avaliam a demanda frente à capacidade de custeio municipal.





Para Uberaba, a base regional traz prestígio e centralidade administrativa. No entanto, a demora no início pleno gera frustração social e alimenta a percepção de que a pauta tem sido usada mais como instrumento político do que como resposta concreta à saúde pública. Em entrevista recente, gestores estaduais reforçaram que a regionalização do Samu é essencial para reduzir desigualdades no acesso ao socorro, mas não esclareceram prazos ou garantias de custeio.





O debate sobre o Samu Regional expõe o dilema recorrente das políticas públicas no Brasil: projetos anunciados com visibilidade, mas executados de forma fragmentada e lenta. Se a prioridade for apenas capital político, a população continuará à espera. Se a dificuldade for financeira, cabe ao Estado assumir o compromisso orçamentário. Se a questão for necessidade, basta observar os números de acidentes rodoviários e emergências clínicas para concluir que o serviço não é luxo, mas urgência vital.





Uberaba e os municípios da macrorregião não precisam de manchetes periódicas, mas de ambulâncias circulando, médicos atuando e vidas salvas. O Samu Regional, prometido como conquista, só cumprirá seu papel quando sair do discurso e se firmar como política pública efetiva.

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